Thursday, September 20, 2012

Os temas do primeiro disco

Possuidora de um repertório quase inesgotável, M.A.E. escolheu, para que fizessem parte deste primeiro registo, a "Barquinha Feiticeira", recolha de seu proprio pai, António L. Fraga (1) e "Tinha um Rei uma Filha" romance da ilha das Flores, também recolhido por um familiar - desta vez seu tio, o Padre José Luís de Fraga, que de sua mãe o colheu e o publicaria em "Cantares Açorianos", separata de 1963 da Revista Atlântida - interessante peça folclórica, onde o romance português tradicional se liga com os estribilhos, que parecem ser corruptelas de inglês. (1) O folclorista Júlio Andrade, autor de "Balhos, Rodas e Cantorias" (Horta, 1960), apresenta uma versão da Barquinha Feiticeira, número que lhe teria sido dado a conhecer pelo sr. Constantino do Amaral Jr.; não faz referência a António L. Fraga, que, porém, do seu punho escreveu na página correspondente "fui eu que lho dei". Deste modo terá efectivamente "dado" António L. Fraga a Barquinha Feiticeira, por si colhida, ao sr. Constantino do Amaral Jr, que ulteriormente a viria a ceder (sem referir a procedência) ao folclorista que o publicou. Entre a versão aprendida e cantada por M.A.E. no disco "Açores" e a que consta da obra referida há algumas diferenças, sobretudo na letra. Ainda se encontram várias outras versões da "Barquinha Feiticeira" no continente português; uma delas faz parte do repertório do Rancho Poveiro (encenada e filmada para a RTP Porto pelo sr. Ângelo Peres) e da bem conhecida cantora Tonicha.

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